A audiência a qualquer preço

Tem gente que "não perde tempo de ver novela", pelo menos fala isso e acredito que boa parte diz a verdade. Um bom livro é bem mais proveitoso. Agora, para quem chega em casa cansado, depois de um exaustivo dia de trabalho, uma novelinha faz voce dar uma boa relaxada, principalmente quando se trata da novela "Caminho das Índias", da Glória Peres. Há no entanto de se lamentar o fato de autores de novela não se preocuparem com os maus exemplos passados na telinha. Eu sei muito bem que a a mídia popular busca a todo custo a conquista da audiência, não importa de que forma seja. Mas é preocupante ver o mundo tão violento e ao mesmo tempo novelas despejarem durante meses personagens como o do Zeca e do Cesar, filho e pai - que por serem engraçados e representados por excelentes atores, o telespctador não consegue ter raiva deles, mesmo cometendo atos de banditismo tão comum na vida real, mas que aumentam de forma assustadora quando uma novela, do porte de Caminho das Indias, trata o assunto da maneira que vem tratando. Como na vida real os bandidos quase sempre se dão bem, tudo indica que na novela a arte vai imitar a vida. E mesmo que no último capítulo a autora resolva puni-los, milhões de pessoas, boa parte jovens e crianças sem a companhia dos pais, já terá aprendido que vale a pena ser bandido. Já é hora da mídia colaborar pois a qualquer momento qualquer um, pobre ou rico, poderoso ou não, pode morrer nas ruas vítima de bala perdida, assassinato a sangue frio ou de atos de vandalismos como o que Zeca e sua turma praticam na novela. Estou tirando uma semana de férias e certamente um dos atrativos das minhas noites será a novela das 9, pois mesmo que não quizesse ver, o que não é verdade, seria difícil encontrar algum lugar onde um aparelho de tevê não estivesse ligado na Globo. Como não gosto de solidão devo continuar assistindo Caminho da Índias, até porque minha esposa e meus filhos também adoram a novela. Só que neste caso eu vejo mas demonstro que não concordo com o fato citado, o que não acontece na grande maioria dos lares. Até breve.