GC: - O INCA - Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, é considerado referência no tratamento do câncer, mas recebe pacientes de todo o Brasil, muitos deles recomendados por políticos. O Hospital, embora muito bem dirigido, está muito sobrecarregado e muitos pacientes acabam não se tratando. Aliás existem informações que mais de 80 por cento dos pacientes com câncer não conseguem atendimento médico hoje no Brasil e a maioria deles acaba morrendo. Como o senhor analisa esta situação?
Dr. Londres: - Eu não posso dizer número mas acredito que seja uma quantidade enorme. Eu acho que, em primeiro lugar, trata-se de um desrespeito a Constituição Federal. Em segundo lugar uma ausência quase total de medidas de prevenção, seja através da educação ou da alimentação. Hoje, com tanta química na alimentação, acredito que haja necessidade de sabermos se estamos preparados para ingerir tanta química. Existe uma distorção enorme de toda a saúde, a responsabilidade recai muito em cima de médicos e dos hospitais, quando na verdade cabe ao Governo preparar políticas que cumpram o que está na lei maior do país, dando direito a qualquer cidadão a receber atendimento médico. Se as pessoas tiverem acesso a exames laboratoriais, com chance de identificar qualquer doença bem no início, as chances de cura, na maiora das doenças, é muito grande.
GC: - Mas isso a nossa classe dominante sabe Doutor, mas faz de conta que não sabe.
Dr. Londres: - Você tem razão. Seria necessário um envolvimento de toda a sociedade a quem cabe eleger nossos governantes, nossos políticos. É necessário que haja não só o INCA mas uma rede de hospitais públicos, com dados dos pacientes cadastrados (a informatização facilita muito a nível regional ou de Brasil) para atender a população. O Ministério da Saúde já tem em várias regiões um sistema assim mas que não comporta a procura. Haveria necessidade de um número muito maior de leitos, de funcionários, de estabelecimentos hospitalares para que as pessoas fossem tratadas com dignidade. "O que falta é pensar no cidadão antes dele adoecer".
GC: - Porque também uma coisa está ligada a outra, não resolve diagnosticar uma doença e o paciente não conseguir ser tratado, concorda?
Dr. Londres: Acredito que houve uma destruição profunda, pelo menos no Rio de Janeiro, na saúde pública. Todo o meu aprendizado foi feito na saúde pública e hoje quando olhamos para os hospitais da rede ficamos tristes. Sou fundador do Hospital da Lagoa, trabalhei no Miguel Couto, na Santa Casa e se compararmos com o passado o presente dá tristesa. E o maior responsável é o Estado.
A seguir nosso entrevistado vai analisar o comportanento de uma mãe que fugiu com o filho de 13 anos para que ele não fosse submetido a quimioterapia.
Dr. Londres: - Eu não posso dizer número mas acredito que seja uma quantidade enorme. Eu acho que, em primeiro lugar, trata-se de um desrespeito a Constituição Federal. Em segundo lugar uma ausência quase total de medidas de prevenção, seja através da educação ou da alimentação. Hoje, com tanta química na alimentação, acredito que haja necessidade de sabermos se estamos preparados para ingerir tanta química. Existe uma distorção enorme de toda a saúde, a responsabilidade recai muito em cima de médicos e dos hospitais, quando na verdade cabe ao Governo preparar políticas que cumpram o que está na lei maior do país, dando direito a qualquer cidadão a receber atendimento médico. Se as pessoas tiverem acesso a exames laboratoriais, com chance de identificar qualquer doença bem no início, as chances de cura, na maiora das doenças, é muito grande.
GC: - Mas isso a nossa classe dominante sabe Doutor, mas faz de conta que não sabe.
Dr. Londres: - Você tem razão. Seria necessário um envolvimento de toda a sociedade a quem cabe eleger nossos governantes, nossos políticos. É necessário que haja não só o INCA mas uma rede de hospitais públicos, com dados dos pacientes cadastrados (a informatização facilita muito a nível regional ou de Brasil) para atender a população. O Ministério da Saúde já tem em várias regiões um sistema assim mas que não comporta a procura. Haveria necessidade de um número muito maior de leitos, de funcionários, de estabelecimentos hospitalares para que as pessoas fossem tratadas com dignidade. "O que falta é pensar no cidadão antes dele adoecer".
GC: - Porque também uma coisa está ligada a outra, não resolve diagnosticar uma doença e o paciente não conseguir ser tratado, concorda?
Dr. Londres: Acredito que houve uma destruição profunda, pelo menos no Rio de Janeiro, na saúde pública. Todo o meu aprendizado foi feito na saúde pública e hoje quando olhamos para os hospitais da rede ficamos tristes. Sou fundador do Hospital da Lagoa, trabalhei no Miguel Couto, na Santa Casa e se compararmos com o passado o presente dá tristesa. E o maior responsável é o Estado.
A seguir nosso entrevistado vai analisar o comportanento de uma mãe que fugiu com o filho de 13 anos para que ele não fosse submetido a quimioterapia.
2 comentários:
Lí a primeira parte, a segunda e estou aguardando a terceira parte da entrevista. Este Dr. Londres me surpreendeu. Parabens pela entrevista. Ele é muito bom e vc foi feliz na escolha. Bjs Bianca Browm/Petrópolis.
me chamou a atenção este alerta do Dr Luiz Roberto a respeito dos produtos que usamos na nossa alimentação. Ótima entrevista. parabens. Roberto Alves - Copacabana - Rio
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