sábado, 21 de novembro de 2009

O banditismo está presente em todos os poderes e parte da imprensa é conivente

Eu sou do tempo, embora não seja tão velho assim (55 anos é a minha idade) que os chefes de redação e diretores dos meios de comunicação de mais credibilidade, não permitiam a divulgação de notícias que produzissem efeito prejudical a população, sem antes, de forma bem criteriosa, discutir bastante o assunto com especialistas. Mas como o mundo mudou da água para o vinho e ética, respeito e responsabilidade foram colocados em segundo plano, da mesma forma que a classe política, boa parte da imprensa age sem a menor preocupação com o ser humano. O que vale é faturar, não importa de que maneira seja, e o ibope está acima de tudo. Nos últimos meses a população vem acompanhando a divugação pela impresa de notícias de interesse de governos e grupos econômicos sem escrúpulos, a respeito de importantes exames preventivos de saúde, como o do toque retal, em relação a próstata, e da mamografia, como prevenção ao câncer de mama. Primeiro questionaram a validade do exame que os homens custaram tanto a aceitar -e depois, que não é a partir dos 40 e sim dos 50 anos, que a mamografia deve ser feita em mulheres, uma vez por ano. Os jornalistas ou radialistas, o pessoal da imprensa "canalha" que sempre existiu mas agora é demais, lançam no ar, para o Brasil e o mundo, informações que chegam, via internet, de diversas partes do planeta, mas principalmente dos Estados Unidos; notícias mentirosas, sem nenhuma base cientifica, que só contribui para aumentar ainda mais a epidemia de câncer que existe no Brasil, mas que as autoridades não reconhecem, para disfarçar a falta de condições para tratar o povo nos hospitais da rede pública. Falta de condições porque o dinheiro que deveria ser destinado a saúde é desviado para o bolso de políticos corruptos e seus comparsas. Num país onde o banditismo impera, dos poderes constituidos ao poder paralelo do crime organizado, a imprensa do qual eu faço parte (e tenho a certeza que é da banda boa) é conivente, por se comportar de forma tão leviana.

Um comentário:

Eliane Furtado disse...

Bom dia amigo. 55? Puxa como vc é mais velho que eu! Kskskskksks Comecei muito cedo no jornalismo.
Vc agora depois da plástica, vai parecer que tem uns 35. Esta história de hérnia foi para enganar a rapaziada, não foi?
Bem, falando sério, sou do tempo que o comercial não tinha esta influência determinante nas pautas; sou do tempo que apuração e investigação faziam toda a diferença na elaboração da matéria; sou do tempo da ética entre os colegas e a solidariedade das trocas possíveis de informação.
Sou do tempo que o jornalismo era uma fonte de orgulho e um serviço isento para sociedade.Sou do tempo que diante de um acontecimento , todos corriam para à redação na tentativa de cumprir seu dever: ajudar a informar. Claro, que como vc falou, os canalhas existiam. Mas em número pequeno. Tão pequeno, que conseguíamos transformá-los em quase nada.
Profissionais vaidosos e que se vendam ao poder, nós não precisamos. Podemos conviver tranquilamente o poder, sem comprar o passe do comprometimento.
Bem vindo!